terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Happy B-day SAMPA!!


Titulada como terra da garoa por muitos ou pauliceia desvairada por Mario de Andrade é aqui, uma das maiores metrópoles onde junto a ela que histórias acontecem. A cidade mais acolhedora que existe, hoje faz 457 anos de história. 

Nela está presente uma diversidade de etnias, tribos e sonhos que se encontram ou se fundem em algum momento. Por isso alguns dizem que a cidade não tem personalidade. Ué? Mas não será essa?!

Uma vez, Caetano Veloso escreveu uma das mais belas musicas sobre a cidade. Composta em 1978, até hoje cheira a São Paulo.

Happy B-day SAMPA!!!

Sampa
(Caetano Veloso)

Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e Av. São João
É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi
Da dura poesia concreta de tuas esquinas
Da deselegância discreta de tuas meninas
Ainda não havia para mim Rita Lee
A tua mais completa tradução
Alguma coisa acontece no meu coração
Que só quando cruza a Ipiranga e avenida São João

Quando eu te encarei frente a frente e não vi o meu rosto
Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto
É que Narciso acha feio o que não é espelho
E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho
Nada do que não era antes quando não somos mutantes
E foste um difícil começo
Afasto o que não conheço
E quem vem de outro sonho feliz de cidade
Aprende depressa a chamar-te de realidade
Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso

Do povo oprimido nas filas, nas vilas, favelas
Da força da grana que ergue e destrói coisas belas
Da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas
Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços
Tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva
Pan-Américas de Áfricas utópicas, túmulo do samba
Mas possível novo quilombo de Zumbi
E os Novos Baianos passeiam na tua garoa
E novos baianos te podem curtir numa boa

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Chuvas que matam

O fato é que há algum tempo a típica chuva de verão deixou de ser apenas um fenômeno da estação e passou a ser um pesadelo para muitos. Da maneira mais estúpida o ano avisa que chegou. Casas, documentos e vidas se tornam coadjuvantes daquela cena e são levadas em grandes cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e sem esquecer da Minas Gerais também atingida.

Em São Paulo, algumas regiões como as zonas leste, sudeste, sul e marginal do rio Pinheiros voltaram a sofrer com as enchentes no ultimo dia 13, bastou alguns minutos e grandes alagamentos foram registrados. Já em Minas, a chuva determinou 70 municípios em estado de emergência.

Segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências) do inicio de janeiro até hoje a chuva totalizou 283,3 mm, o equivalente a 99,7% da média esperada para o mês e resultou em 14 mortos e mais de 120 pontos de alagamento, mas foi no Rio de Janeiro que a catástrofe alcançou o horror. O numero ultrapassa o de 300 mortos.

Na tentativa de alertar e salvar o Estado de mais mortes, o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec) alertou a Defesa Civil sobre as fortes chuvas previstas, mas ela falhou. O aviso foi dado dias antes por e-mail à todas as Prefeituras e ignorado possibilitando o maior desastre na história do Estado desde 1967.

Diante de tal tragédia, uma reflexão é impossível de não ser feita: todos os anos acontecem os mesmos desastres e em proporções cada vez maiores, mas nada é feito. Quando providências serão tomadas de fato? Não se sabe!

O que chama a atenção é que chuvas acontecem em vários lugares do mundo, mas no Brasil acontecem prejuízos e mortes por falta de: o não aviso das autoridades; a não conscientização da população dos fatores de risco ao habitar morros e encostas sujeitos a deslizamentos, mananciais e várzeas de rios favoráveis a enchentes; áreas que deveriam ser preservadas, imobiliárias constroem aterros e asfalto sem compromisso algum com o coletivo e meio ambiente.

Enquanto a conscientização e providências não são tomadas, a população está aprendendo a ficar atenta ao próprio sinal que a chuva emite, o cheiro de terra molhada.