terça-feira, 21 de setembro de 2010

Rica e miscigenada

(Texto sobre o cenário da Galeria 7 de Abril. Exercício com o objetivo de descrever cenários para a disciplina Construção de Narrativas)

Com um ar bem paulistano e contribuições de artistas da vanguarda em sua “decoração”, a galeria possui quatro andares distribuídos em três homes além da home principal, onde pulsa o seu coração: Galeria Superior, Inferior e Metropolitana.
No seu piso centraI, inúmeras lojas grudadas umas nas outras, misturam-se relojoarias, afiadores de facas e tesouras, lanchonetes, artigos de fotografia e informática.
Piso daqueles quadriculados irregulares que quando juntos dão alguma forma. No meio do espaço eles parecem faze um quadrado alinhando-se com a mesa que indica a portaria e pessoas transitando impacientes a procura de cumprir seus compromissos.
Acima da mesa há uma placa de tom amarelado, talvez pelo tempo mesmo, com a indicação dos andares e todas as salas que ali estão nos seus quatro andares: escritórios de advocacia, cabelereiro, sexy shop, consultórios médicos, estúdio de tatuagem...
Em cima de seus elevadores, obras que confundem-se com os azulejos da parede de algum artista que não consegui identificar. Ao pegar o elevador e suas portas de ferro fecharem com muito barulho é impossível não pensar o quão aquele lugar é rico de histórias, quantas pessoas devem ter passado ali? Quantas histórias aquelas “paredes” de madeira devem ter ouvido?
O andar superior, possui um ar mais sombrio, talvez pela quietude do local já que boa parte das lojas permanecem fechadas naquela altura do dia, ás 13h00 e pelo piso cinza e linear, transmitindo mais seriedade ao local. Escadas rolantes pintadas de vermelho, contrastam com o ar cinzeto do andar. Uma delas está interditada, a outra já não rola mais e serve de acesso também. Aos extremos do espaço, “corrimões” vermelhos dão mais cor ao local, aparentemente carente de cuidados.
Já no piso inferior, a galeria Metropolitana, possui duas rampas, uma de acesso e outra de saída com os mesmos pisos quadriculados irregulares, agora com muitas sapatarias, oficinas de costura, antiquários e um cheiro de trabalho manual.
Um elo de ligação entre as ruas 7 de Abril e Dr. Braulio Gomes, a Galeria 7 de Abril é uma das mais tracionais galerias de São Paulo, existente a mais ou menos 70 anos, seus traços arquitetônicos seguem o da galeria do rock, porém com espaço físico menor e com curvas lúdicas que parecem oferecer ao transeunte um passeio labiríntico pelas lojas e pisos.