segunda-feira, 28 de junho de 2010

Uma relação fanática


Por Daniela Costa

Considerado por boa parte das pessoas, apenas como mais uma fase da vida, o culto a ídolos é um rito que marca a passagem da fase da infância para a adolescência. Jovens de cada vez menos faixas etárias, idolatram bandas como NX Zero, Restart, Cine, RBD e acompanham desde do que acontecem em suas vidas até o fanatismo.
Estranho dizer isso, mas há pouco tempo, nomes como Restart, Cine eram sinônimos completamente diferentes dos atuais. Hoje nomes de bandas, antes eram apenas botåo de vídeo-game e abreviação da palavra cinema.
O tal culto a imagens dos ídolos que o vemos diariamente, varia desde do grau de entretenimento até o fanatismo, onde se torna patológico e perigoso. Quase sempre envolvidas por um sentimento de amor e dedicação que não medem esforços.
Capazes de fazer loucuras fãs abdicam de suas próprias vidas e identidades para viver a vida do ídolo e acompanha-los em turnês, tudo para seguir seu ídolo.
Esse tipo de comportamento não é comum somente no Brasil, milhares de jovens rendem-se a essa falsa imagem, uma projeção para se realizar através de uma outra pessoa, onde projeta-se suas expectativas e possíveis frustrações como beleza, sucesso e outros atributos que gostaríamos de ser e ter.
Em uma sociedade que cultua a imagem, tal comportamento não é de se estranhar. Segundo Flusser, um filosofo contemporâneo, estamos inseridos em uma cultura que tudo vira imagem e isso é fruto da imagem que a industrialização trás.
A industrialização proporcionou a fotografia e a fotografia se tornou o recorte da “realidade”, onde não se entra corporeamente e sim no recorte. Ao ver todo esse recorte, jovens querem absorver o glamour que está atrás de tudo isso.
Importante frizar que ser fã não é sinônimo de loucura, embora, a palavra fã no dicionário Aurélio, seja uma redução da palavra inglesa fanatic, fanático em português. Se identificar com um estilo, som, mensagem, não é sinal de doença e sim o que a tornará é a admiração exacerbada.